O
homem está acabando com o homem e diminuindo gradativamente a humanidade nossa
de cada dia. O homem cada vez mais torna-se perverso, capaz de verdadeiras
atrocidades. Cada um querendo ser o centro
de todas as coisas, esquecendo de dar lugar ao próximo, de estender a mão ao
próximo, de se indignar pelo outro, de demonstrar compaixão aos seus
semelhantes. O homem está perdendo a capacidade de ter compaixão.
A
cada hora, somos surpreendidos com notícias sobre atentados terroristas, mortes
por crimes passional, morte no trânsito, assaltos em ônibus, morte de todo
jeito. As estatísticas estão aí para mostrar o quanto a morte passou a ser algo
corriqueiro, banal, é notícia certa em qualquer telejornal, estes por sua vez,
alimentam-se ferozmente de toda tragédia ou morte anunciada.
O
homem está perdendo completamente o senso de humanidade. Em um dos desfiles da
tocha olímpica, duas motos da polícia se chocam e os policiais caem um sobre o
outro, um homem para e tira uma selfie, faz tudo para não perder o ângulo da
foto, os dois policiais caídos, machucados e com as motos caídas e ele só se
preocupou em fazer uma selfie. Não se passou pela cabeça desse cidadão socorrer
os policiais? Não. Ele se preocupou em registrar a foto. Ele foi capaz de
cometer uma barbaridade contra a sua própria espécie, resquício de uma
sociedade doentia onde uma imagem vale mais que um gesto de humanidade.
É
bem verdade que outras pessoas foram socorrer, o que mostra que não estamos de
todo perdidos. Ainda.