Uátizapi

O uátizapi, oficialmente conhecido por WhatsApp e popularmente chamado pelos brasileiros de Zapzap, é mesmo um fenômeno. Não podemos negar que ele é muito funcional, em um único aplicativo podemos enviar fotos, áudio, vídeo, bater papo, criar grupos, interagir com os grupos, mandar recados, avisar ao chefe que vai se atrasar, tirar uma foto do engarrafamento para provar que o motivo do atraso de fato foi um engarrafamento, em fim, o zapzap é uma maravilha. O uátizapi só não é perfeito porque ele não tem algumas coisas que só nós temos: o calor humano, e o olhar. Não tem rede social que substitua o encontro face to face de uma grupo de amigos. Ah como é bom ver a reação do outro ao falar algo engraçado, ou como é bom ver no outro um olhar quase que lacrimejando por alguma emoção, ou até mesmo tristeza e poder de imediato consolá-lo com uma palavra de afeto, um gesto ou um abraço. O face to face é a melhor rede social que existe, "e quem há de negar que esta lhe é superior"? 

Tatiane Alcantara

#Constatação II

Salvador e região metropolitana vêm sofrendo com fortes chuvas. Os transtornos são inevitáveis. O transito que já é muito ruim, torna-se caótico. Agora o pior de tudo, é ver casas sendo soterradas ou desabando. São tragédias anunciadas todos os anos, nada se faz para que isso seja evitado. Hoje eu ouvi alguém dizer no ônibus: - “não sei por que esse povo constrói casa na encosta”! É muito simples, casas são construídas nas encostas por vários motivos; não há fiscalização, as pessoas constroem onde acham um pedaço de terra disponível, etc. Ninguém gostaria de morar em áreas de risco, moram porque precisam, porque não tem para onde ir.

Durante todo o ano, muito poderia ser feito para que nesse período de chuvas intensas, as tragédias fossem evitadas, porém, quando passa esse período, muito se fala em fazer e nada se faz de verdade. Ano que vem começa tudo de novo, chuvas intensas, trágicas mortes oriundas de desabamentos e alagamentos, muita consternação das pessoas que assistem pela TV, e que consequentemente massacram nossos ouvidos de tanto repetir a mesma coisa, não que a TV não deva transmitir, mas daí transformar isso numa competição para ver quem anuncia a tragédia por mais tempo é muito bla bla bla, e como se diz hoje, muito mimimi... mas depois da tempestade sempre a bonança, logo tudo cai no esquecimento, e ano que vem estaremos novamente consternados e tristes com novos episódios de chuvas intensas. E a TV? ah, a TV vai transmitir o São João, o arrasta pé! 

Créditos da imagem: http://www.correio24horas.com.br/

Pequena Memória Para Um Tempo Sem Memória

Pequena Memória Para Um Tempo Sem Memória - Gonzaguinha

Memória de um tempo onde lutar Por seu direito É um defeito que mata São tantas lutas inglórias São histórias que a história Qualquer dia contará De obscuros personagens As passagens, as coragens São sementes espalhadas nesse chão De Juvenais e de Raimundos Tantos Júlios de Santana Uma crença num enorme coração Dos humilhados e ofendidos Explorados e oprimidos Que tentaram encontrar a solução São cruzes sem nomes, sem corpos, sem datas Memória de um tempo onde lutar por seu direito É um defeito que mata E tantos são os homens por debaixo das manchetes São braços esquecidos que fizeram os heróis São forças, são suores que levantam as vedetes Do teatro de revistas, que é o país de todos nós São vozes que negaram liberdade concedida Pois ela é bem mais sangue Ela é bem mais vida São vidas que alimentam nosso fogo da esperança O grito da batalha Quem espera, nunca alcança Ê ê, quando o Sol nascer É que eu quero ver quem se lembrará Ê ê, quando amanhecer É que eu quero ver quem recordará Ê ê, não quero esquecer Essa legião que se entregou por um novo dia Ê eu quero é cantar essa mão tão calejada Que nos deu tanta alegria E vamos à luta.