Certa vez caminhando pela rua Azul em plena luz do dia, Sancho não entendera o porquê desse nome. Parou num boteco e pediu uma cerveja. Enquanto bebia, indagava; - por que o nome da rua é Azul?
- Ai seu moço, não se sabe ao certo, uns dizem que é porque as luzes da rua são azul, outros dizem que é por causa do beco que antigamente quando anoitecia, a luz da lua refletia na parede daquele muro lá de trás e deixava tudo azul, e outros dizem que é por causa dos mistérios do beco. Mas saber mesmo não sei não.
- Que mistérios são esses?
- Ora o senhor nunca ouviu falar não da mulher que rondava o beco? Ela quando falava tinha os dentes tudo azul... diziam que na verdade era ela que iluminava a rua com essa cor. Ela já deu cabo de muita gente nesse beco. Quando eu era menino eu me lascava de medo dela.
- Mas você a conheceu?
- Eu não! Mas o povo falava né... aí era anoitecer e eu nem pisava fora de casa.
- Ah, mas isso deve ser apenas um desses causos que se contam por aí. Isso é história...
- Né não seu moço... e olha nem aconselho o senhor a demorar de ir embora, já está anoitecendo, daqui a pouco as luzes dos postes se acendem e vai ficar tudo azul.
- Essa eu quero ver! Me dê mais uma cerveja que vou é esperar anoitecer.
E assim que anoiteceu Sancho pagou a conta e saiu andando pela rua Azul em direção ao beco. Ao chegar lá, ficou parado, acendeu um cigarro, depois outro, caminhou mais um pouco e quando avistou o matagal resolveu voltar. Passou novamente pelo bar, já estava fechado. Então foi embora.
No dia seguinte, ao final da tarde, Sancho curioso, voltou ao bar, pediu uma cerveja e perguntou ao dono do boteco se ele poderia lhe contar o que fazia a mulher de dentes azul do beco da rua Azul.
- Olha seu moço, saber mesmo eu não sei não...eu nunca vi nem ouvi nada, mas o povo fala né...então se o povo fala tá falado.
Tatiane Alcantara
Enviado por Tatiane Alcantara em 30/01/2017
Código do texto: T5897797
Classificação de conteúdo: seguro
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