Ela era virgem.
Bastava falar no assunto, que ficava toda nervosa. As
bochechas coravam. Sabe como é né? Menina do interior, que vem para capital, e
mora sozinha...
Mas era desinibida, falava do assunto com a maior
naturalidade. Como era espontânea. Nem todas as meninas virgens falam
abertamente sobre sexo. Muito menos sobre os seus desejos. Mas ela era
diferente, não estava nem aí. Falava mesmo. E como falava.
Ela sonhava. E como sonhava, fantasiava com seus possíveis
pretendentes. Até parecia cansada. Certamente, o sonho fora movimentado.
Certa vez ela se deparou com o livro Luxúria - A casa dos
Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro. Quando soube do enredo, logo se
interessara. E lá foi ela com Luxúria embaixo do braço.
Dias depois, ao devolver o livro, foi logo avisando da
possibilidade de ter sujado alguma página. E riu, descaradamente. Era a própria
Norma Lúcia encarnada!
Em seu aniversário, um grupo de amigas, preocupadas com sua
falta de atividade sexual, resolveu a presentear com um vibrador em formato de
órgão sexual masculino. Foi uma hilária saga para escolher o objeto mais
adequado para uma criatura tão sedenta.
Ao abri o embrulho e se deparar com a coisa tão de perto, tão ao seu alcance, ficou nervosa, foi tomada
por uma longa e interminável crise de risos. A bochecha, não estava mais
corada, estava em chamas. Passou a imaginar como seria o seu encontro com o tão
sonhado objeto.
Permaneceu Virgem por um longo tempo, pois em sua
ingenuidade, temia perder a virgindade com um órgão sexual masculino de
borracha.
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